sábado, 19 de novembro de 2011
"Pois namorar não é só juntar duas atrações, no velho estilo ou no moderno estilo, com arrepios, murmúrios, silêncios, caminhadas, jantares, gravações, fins-de-semana, o carro à toda ou a 80, lancha, piscina, dia-dos-namorados, foto colorida, filme adoidado, rápido motel onde os espelhos não guardam beijo e alma de ninguém. Namorar é o sentido absoluto que se esconde no gesto muito simples, não intencional, nunca previsto, e dá ao gesto a cor do amanhecer, para ficar durando, perdurando, som de cristal na concha ou no infinito."
(Carlos Drummond de Andrade)
"Eu gostaria de ir embora para uma cidade qualquer, bem longe daqui, onde ninguém me conhecesse, onde não me tratassem com consideração apenas por eu ser “o filho de fulano” ou “o neto de beltrano”. Onde eu pudesse experimentar por mim mesmo as minhas asas para descobrir, enfim, se elas são realmente fortes como imagino. E se não forem, mesmo que quebrassem ao primeiro vôo, mesmo que após um certo tempo eu voltasse derrotado, ferido, humilhado - mesmo assim restaria o consolo de ter descoberto que valho o que sou." Caio Fernando Abreu
"(...) e me dá uma saudade irracional de você. Uma vontade de chegar perto, de só chegar perto, te olhar sem dizer nada, talvez recitar livros, quem sabe só olhar estrelas... dizer que te considero - pode ser por mais um mês, por mais um ano, ou quem sabe por uma vida - e que hoje, só por hoje ou a partir de hoje (de ontem, de sempre e de nunca), é sincero."
Caio Fernando Abreu
Caio Fernando Abreu
E aqui estou eu de novo. Tendo que suportar a dor de ver você partindo e pensar que nunca mais vou ter você de novo, nunca mais te olhar nos olhos, ver você me mimando, me fazendo rir, me ligando, me irritando... Nunca mais te beijar, abraçar e sentir teu perfume que eu gosto tanto. Tendo que fingir que eu não sinto absolutamente nada. Te ver passar e fingir que nada aconteceu entre a gente. Fazer força pra não te ligar e pedir pra voltar e chorar loucamente dizendo que eu te amo...
“Sabe, eu acho que não sei fechar ciclos, colocar pontos finais. Comigo são sempre vírgulas, aspas, reticências. Eu vou gostando, eu vou cuidando, eu vou desculpando, eu vou superando, eu vou compreendendo, eu vou relevando, eu vou… e continuo indo, assim, desse jeito, sem virar páginas, sem colocar pontos. E vou dando muito de mim, e aceitando o pouquinho que os outros tem para me dar.”
Caio F.
Caio F.
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